Tumores hipofisários não funcionantes: quando suspeitar e como é feito o tratamento

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Os tumores hipofisários não funcionantes são adenomas que não produzem hormônios em excesso.

Contudo, podem causar sintomas importantes à medida que crescem e comprimem estruturas próximas. 

Apesar de muitas vezes serem descobertos de forma incidental, é fundamental reconhecer os sinais de alerta, como alterações visuais, cefaleia persistente e sintomas de deficiência hormonal. 

O diagnóstico precoce permite definir a melhor abordagem, que pode variar desde acompanhamento clínico até intervenção cirúrgica e tratamento hormonal substitutivo. 

Entenda melhor neste artigo!

O que são tumores hipofisários não funcionantes e como eles se diferenciam dos tumores funcionantes da hipófise?

Os tumores hipofisários não funcionantes são formações benignas que se desenvolvem na glândula hipófise, localizada na base do cérebro.

Porém, diferentemente dos tumores funcionantes, não produzem hormônios em excesso. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), esses tumores correspondem a uma parte significativa dos adenomas hipofisários.

Eles costumam ser descobertos de forma incidental, durante exames de imagem realizados por outros motivos, ou quando crescem o suficiente para causar sintomas compressivos. 

Assim, enquanto os tumores funcionantes provocam sintomas decorrentes da produção exagerada de hormônios, como no caso da doença de Cushing (excesso de ACTH), os não funcionantes geralmente se manifestam por sintomas relacionados à compressão de estruturas próximas.

Para saber mais sobre as doenças da hipófise, confira esse guia em nosso site!

Esses tumores afetam a produção hormonal da hipófise, mesmo sem secretarem hormônios ativos? 

Sim, embora os tumores hipofisários não funcionantes não produzam hormônios em excesso, eles podem afetar a produção hormonal normal da hipófise. 

Isso ocorre porque, à medida que o tumor cresce, ele comprime as células hipofisárias saudáveis, interferindo na secreção adequada de hormônios essenciais para o funcionamento do corpo. 

Essa condição, chamada hipopituitarismo, pode causar deficiência de hormônios como o cortisol, o hormônio do crescimento (GH), os hormônios sexuais (LH e FSH), o TSH e a prolactina. 

Como consequência, o paciente pode apresentar sintomas como fadiga, perda de libido, alterações menstruais, ganho de peso, queda de cabelo e até infertilidade. 

Quais sintomas podem surgir à medida que o tumor cresce e comprime estruturas próximas?

À medida que o tumor hipofisário não funcionante cresce, podemos observar os seguintes sintomas:

  • Dor de cabeça persistente: ocorre devido à pressão exercida pelo tumor dentro da sela túrcica, estrutura óssea onde a hipófise está localizada;
  • Alterações visuais: especialmente perda do campo visual lateral (visão em túnel), causada pela compressão do quiasma óptico, estrutura responsável pela condução dos impulsos visuais;
  • Fadiga e fraqueza: resultam da redução da produção normal de hormônios pela hipófise (hipopituitarismo), já que o tumor pode comprimir as células hipofisárias saudáveis;
  • Diminuição da libido e disfunção sexual: decorrentes da queda na produção de hormônios sexuais, como testosterona e estrogênio;
  • Irregularidade menstrual nas mulheres ou infertilidade: consequência da alteração dos hormônios que regulam o ciclo menstrual e a ovulação;
  • Sintomas inespecíficos, como ganho de peso ou queda de cabelo: relacionados às disfunções hormonais secundárias à compressão da hipófise.

Quais são as principais causas e fatores de risco para o desenvolvimento desses tumores?

Os tumores hipofisários não funcionantes geralmente se desenvolvem por alterações genéticas que afetam o crescimento das células da hipófise. 

Dessa forma, as causas e fatores de risco mais conhecidos incluem:

  • Alterações genéticas espontâneas: na maioria dos casos, o tumor surge de forma esporádica, sem uma causa única identificável, devido a mutações que promovem o crescimento anormal de células hipofisárias;
  • Síndromes genéticas hereditárias: condições como a neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (MEN1) aumentam o risco de desenvolver tumores na hipófise e em outras glândulas endócrinas;
  • Predisposição familiar: embora rara, há registros de casos familiares de adenomas hipofisários, sugerindo uma componente genética herdada;
  • Mutações em genes reguladores do crescimento celular: estudos indicam que alterações em genes como o MEN1 e o AIP podem contribuir para o surgimento desses tumores.

Como realizamos o diagnóstico dessa condição?

Como esses tumores não produzem hormônios em excesso, o diagnóstico muitas vezes ocorre de forma incidental, durante uma ressonância magnética solicitada por outros motivos. 

Porém, quando há suspeita clínica, podemos solicitar exames laboratoriais para avaliar o funcionamento da hipófise.

Assim, verificamos se há redução na produção de hormônios como o cortisol, o hormônio do crescimento (GH), o TSH, a prolactina, o LH e o FSH. 

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Também podemos utilizar a ressonância magnética da sela túrcica para visualizar o tamanho, a localização e as possíveis compressões causadas pelo tumor. 

Quais são as opções de tratamento disponíveis e quando há indicação cirúrgica?

Quando o tumor é pequeno e não provoca sintomas nem alterações hormonais, o acompanhamento clínico com exames de imagem periódicos pode ser suficiente. 

Entretanto, quando há compressão do nervo óptico, perda de visão, cefaleia persistente ou sinais de hipopituitarismo, podemos indicar a cirurgia transesfenoidal.

Esse é um procedimento minimamente invasivo realizado por via nasal capaz de remover total ou parcialmente o tumor e aliviar a pressão sobre as estruturas afetadas. 

Já em casos em que não é possível a remoção completa, podemos associar radioterapia para controlar o crescimento residual. 

Por fim, indicamos o tratamento hormonal substitutivo quando há deficiência na produção de hormônios hipofisários. 

Quais possíveis complicações podem ocorrer se o tumor não for tratado adequadamente?

Quando os tumores hipofisários não funcionantes não são diagnosticados ou tratados adequadamente, podem ocorrer complicações importantes.

Uma das consequências mais comuns é a perda gradual da visão, causada pela compressão do quiasma óptico. 

Além disso, o tumor pode comprometer o funcionamento normal da hipófise, levando ao hipopituitarismo, condição em que há redução ou ausência da produção de hormônios essenciais, como o cortisol, hormônios sexuais e o hormônio do crescimento. 

Outros sintomas, como cefaleia intensa, fadiga, alterações metabólicas e infertilidade, também podem surgir com o tempo. 

Em casos mais graves, a compressão de estruturas cerebrais pode gerar danos irreversíveis se não houver intervenção precoce. 

Por isso, o diagnóstico e o acompanhamento especializado são fundamentais para evitar complicações e preservar a qualidade de vida. 

Assim sendo, se você apresenta sintomas ou alterações hormonais suspeitas, agende uma consulta com a endocrinologista para uma avaliação completa!

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Dra. Mariana Ataíde

ENDOCRINOLOGISTA

CRM 206441

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