Descobrir um nódulo na tireoide pode gerar muita preocupação, mas é importante saber que, na maioria dos casos, esses nódulos são benignos e não representam risco.
Entretanto, cada caso deve ser avaliado com atenção, já que, em uma pequena parcela dos pacientes, o nódulo pode estar relacionado a alterações funcionais da glândula ou ainda a um câncer.
Dessa forma, entender o que é um nódulo na tireoide, quais são os sinais de alerta e como é feito o diagnóstico é essencial para garantir um acompanhamento completo.
O que é um nódulo na tireoide? Todo nódulo é sinal de câncer?
Um nódulo na tireoide é uma alteração comum caracterizada por um crescimento anormal de células dentro da glândula tireoide, localizada na parte anterior do pescoço.
Esses nódulos podem ser sólidos, císticos (cheios de líquido) ou mistos, e variam de tamanho, podendo ser únicos ou múltiplos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a maioria dos nódulos na tireoide é benigna e não representa risco grave à saúde.
Assim, embora a possibilidade de malignidade exista, ela é relativamente baixa, sendo que cerca de 5% a 10% dos nódulos são cancerígenos.
Quais os tipos de nódulo que podem surgir na tireoide?
Entender quais são os tipos de nódulo que podem surgir na tireoide é fundamental para avaliar a necessidade de acompanhamento médico, exames complementares e, em alguns casos, tratamento específico.
Entre os principais nódulos na tireoide, temos:
Nódulo colóide
É o tipo mais comum entre os nódulos da tireoide.
Ele é formado por um acúmulo de colóide, uma substância gelatinosa produzida naturalmente pela glândula.
Apesar de seu aspecto às vezes volumoso, raramente estão associados ao câncer.
Cistos tireoidianos
São nódulos que contêm líquido em seu interior.
Eles podem ser totalmente císticos ou apresentar componentes sólidos, sendo então classificados como cistos complexos.
A maioria dos cistos é benigna e não requer tratamento.
Adenoma folicular
É um tipo de tumor benigno da tireoide, composto por células foliculares semelhantes às que formam a própria glândula.
Embora benigno, o adenoma pode crescer progressivamente e, em alguns casos, tornar-se funcional, ou seja, produzir hormônios tireoidianos de forma autônoma, podendo levar ao hipertireoidismo.
Nódulo quente (ou hiperfuncionante)
É aquele que produz hormônios tireoidianos em excesso.
Esse tipo de nódulo, em geral, é benigno, mas pode causar sintomas de hipertireoidismo, como perda de peso, sudorese, taquicardia e irritabilidade.
Nódulo frio (ou hipofuncionante)
É aquele que não produz hormônios tireoidianos e, por isso, aparece como uma área de menor captação na cintilografia.
Embora a maioria dos nódulos frios seja benigna, essa categoria inclui um risco maior de malignidade em comparação aos nódulos quentes.
Carcinomas da tireoide
Representam cerca de 5% de todos os nódulos tireoidianos e incluem diferentes tipos de câncer, com comportamentos variados.
Como saber se o nódulo é benigno ou maligno?
Geralmente, o primeiro passo para o diagnóstico de nódulo na tireoide é a realização de um ultrassom da tireoide, exame que permite avaliar o tamanho, a forma, a composição (sólido, cístico ou misto) e outras características do nódulo.
Quando identificamos nódulos com características suspeitas, é importante realizar a punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Esse é um procedimento simples e seguro, feito com anestesia local, que coleta amostras de células do nódulo para análise laboratorial.
A decisão sobre quando puncionar um nódulo de tireoide depende principalmente do tamanho e das características de risco para malignidade.
De forma geral, recomenda-se a punção para nódulos maiores que 1 cm. No entanto, nódulos menores que 1 cm também podem necessitar de investigação caso apresentem hipoecogenicidade associada a sinais ultrassonográficos suspeitos, como microcalcificações, ausência ou incompletude do halo, margens irregulares ou hipervascularização, caracterizada pelo aumento do fluxo sanguíneo dentro do nódulo.
Além disso, podemos solicitar outros exames laboratoriais para avaliar o funcionamento da glândula, como TSH e T4 livre, e, em casos específicos, exames como cintilografia da tireoide ou testes genéticos.
Todo nódulo precisa de tratamento? Quais são as opções de tratamento?
Nem todo nódulo na tireoide precisa de tratamento imediato.
A conduta dependerá de diversos fatores, como o tamanho do nódulo, suas características no ultrassom, o resultado da punção aspirativa (PAAF), a presença de sintomas e o funcionamento da glândula.
Nódulos pequenos, com aparência benigna e que não causam sintomas, geralmente são apenas monitorados.
Já os nódulos que crescem rapidamente, causam compressão na traqueia e esôfago, alteram a produção de hormônios ou apresentam suspeita de malignidade podem exigir tratamento.
Em casos de câncer confirmado, pode ser necessário realizarmos a remoção parcial ou total da tireoide, seguida ou não de tratamento com iodo radioativo.
Já quando o nódulo é benigno, mas causa hipertireoidismo por produção excessiva de hormônios, o tratamento pode incluir medicamentos antitireoidianos, iodo radioativo ou cirurgia.

Em algumas situações, especialmente em nódulos benignos que causam desconforto estético ou compressivo, a cirurgia também pode ser uma opção, mesmo sem risco oncológico.
O nódulo pode afetar o funcionamento da tireoide? Quando devo procurar a especialista?
Sim, um nódulo na tireoide pode afetar o funcionamento da glândula, embora isso não ocorra em todos os casos.
Alguns nódulos são funcionantes, ou seja, produzem hormônios tireoidianos de forma independente do controle do organismo, o que pode levar ao hipertireoidismo.
Por outro lado, a maioria dos nódulos é não funcionante e não interfere diretamente na produção hormonal, sendo muitas vezes assintomáticos.
É importante procurar a endocrinologista sempre que for identificado um nódulo na tireoide, mesmo que não haja sintomas aparentes.
A avaliação médica adequada é essencial para entender o comportamento do nódulo e definir a conduta mais segura.
Quanto mais precoce for a investigação, maiores as chances de evitar complicações ou intervenções desnecessárias.
Então, se você identificou um nódulo ou tem histórico familiar de problemas na tireoide, agende uma consulta com a Dra. Mariana Ataíde, endocrinologista, e cuide da sua saúde com orientação especializada!