O hipogonadismo masculino, caracterizado pela diminuição da testosterona, é uma condição que pode afetar de forma expressiva diversos aspectos da saúde do homem.
A deficiência desse hormônio interfere na função sexual, na manutenção da massa muscular, na densidade óssea, no equilíbrio emocional e, consequentemente, na qualidade de vida.
Por surgir de forma lenta e apresentar sinais que podem ser confundidos com o processo natural de envelhecimento, muitas vezes o diagnóstico é feito tardiamente, atrasando o início do tratamento.
Conhecer as causas, os sintomas de alerta e as opções terapêuticas é essencial para garantir bem-estar e prevenir complicações relacionadas ao desequilíbrio hormonal e, nesse texto, falamos mais sobre o assunto!
Quais são as principais funções da testosterona no corpo do homem?
Produzida principalmente pelos testículos, a testosterona é o principal hormônio sexual masculino e tem um papel importante em diversas funções do organismo.
Confira abaixo:
- Desenvolvimento das características sexuais masculinas: durante a puberdade, a testosterona promove o crescimento dos pelos corporais, o aumento da massa muscular, o engrossamento da voz e o desenvolvimento dos órgãos genitais;
- Função sexual e fertilidade: o hormônio regula a libido, influencia diretamente na ereção e é essencial para a produção de espermatozoides;
- Manutenção da massa muscular e óssea: níveis adequados de testosterona ajudam a preservar a força muscular e a densidade dos ossos;
- Distribuição de gordura corporal: a testosterona participa do equilíbrio na distribuição de gordura no corpo;
- Bem-estar físico e mental: o hormônio está relacionado ao humor, energia, memória e concentração.
O que é hipogonadismo masculino?
O hipogonadismo masculino é uma condição em que os testículos produzem quantidades insuficientes de testosterona, hormônio fundamental para o desenvolvimento sexual masculino, manutenção da massa muscular, saúde óssea e bem-estar geral.
Essa deficiência pode ter duas origens principais:
Hipogonadismo primário
Quando ocorre uma falha direta nos testículos, o que pode ser consequência de alterações genéticas, lesões ou infecções testiculares, uso de certos medicamentos, quimioterapia, radioterapia ou até envelhecimento natural das gônadas.
Hipogonadismo secundário
Quando o problema está no eixo hipotálamo-hipófise, responsável por enviar sinais para que os testículos produzam testosterona.
Nesses casos, alterações na hipófise ou no hipotálamo, tumores nessa região, doenças crônicas, obesidade, uso de anabolizantes ou outras condições hormonais podem reduzir o estímulo para a produção adequada do hormônio.
Por isso, identificar a causa exata é fundamental para direcionar o tratamento correto e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Quais sinais e sintomas podem indicar testosterona baixa?
A queda nos níveis de testosterona pode causar sintomas físicos, emocionais e sexuais, como por exemplo:
- Diminuição da libido: a perda de desejo sexual é um dos sintomas mais frequentes e pode ser progressiva;
- Disfunção erétil: dificuldade em manter ou alcançar a ereção, mesmo com estímulo adequado;
- Fadiga e cansaço excessivo: mesmo após descanso, o homem pode sentir-se constantemente sem energia;
- Redução da massa muscular e da força: a testosterona é essencial para o desenvolvimento muscular;
- Aumento da gordura corporal: especialmente na região abdominal, pode ocorrer acúmulo de gordura;
- Osteopenia ou osteoporose: a baixa de testosterona pode comprometer a saúde óssea, aumentando o risco de fraturas;
- Alterações de humor e irritabilidade: depressão, ansiedade e perda de motivação também podem ocorrer;
- Dificuldades cognitivas: falhas de memória, dificuldade de concentração e sensação de “mente lenta”;
- Infertilidade: a testosterona baixa pode afetar a produção de espermatozoides e prejudicar a fertilidade.
Como realizamos o diagnóstico dessa condição?
O primeiro passo é a análise dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente.
Em seguida, solicitamos exames de sangue para medir os níveis de testosterona total, geralmente pela manhã, quando os níveis hormonais estão mais altos.
Além disso, podemos realizar outros testes complementares para investigar a causa do problema, como dosagens de hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH).
Em alguns casos, também indicamos exames de imagem, como a ressonância magnética da região da hipófise.
Quais são as opções de tratamento para o hipogonadismo masculino?
Na maioria dos casos, o tratamento do hipogonadismo masculino envolve a reposição de testosterona.
Essa reposição pode ser feita por diferentes vias, como injeções intramusculares, géis transdérmicos, adesivos cutâneos ou implantes subcutâneos.
Durante o tratamento, é fundamental o acompanhamento regular com exames laboratoriais para monitorar a eficácia da terapia e prevenir possíveis efeitos adversos.
Em casos em que o hipogonadismo tem causa reversível, como obesidade, uso de certos medicamentos ou distúrbios hormonais, o tratamento pode incluir a abordagem da causa subjacente.
Isso pode normalizar os níveis hormonais sem necessidade de reposição.
Devemos destacar que a reposição direta de testosterona pode reduzir significativamente a produção de espermatozoides. Assim, para pacientes que querem manter a fertilidade, a abordagem deverá ser diferenciada.
A reposição de testosterona no homem deve ser indicada com critérios rigorosos e sempre considerando as necessidades e características individuais de cada paciente, motivo pelo qual o acompanhamento com uma endocrinologista é essencial para garantir segurança e eficácia no tratamento.
É possível prevenir a queda de testosterona? Quando é o momento certo de procurar ajuda especializada?
Práticas como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, controlar o estresse, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar estão associadas à manutenção do equilíbrio hormonal.

Além disso, dormir bem e manter o peso corporal dentro de uma faixa saudável são medidas importantes, já que distúrbios do sono e obesidade estão entre os fatores que contribuem para a queda da testosterona.
Entretanto, mesmo com um estilo de vida saudável, é natural que os níveis hormonais diminuam com o avanço da idade.
Por isso, o momento certo de procurar ajuda médica é quando surgem sintomas persistentes.
Os sinais mencionados podem indicar que algo está fora do equilíbrio e merece uma investigação mais profunda.
Assim, se você sente que algo não está bem, agende uma consulta com a especialista e cuide da sua saúde hormonal!