Hiperaldosteronismo: sabia que a causa da sua pressão alta pode estar nos hormônios?
Muitas pessoas associam a hipertensão apenas ao estilo de vida ou à alimentação, mas em alguns casos, o problema pode estar relacionado a desequilíbrios hormonais.
O hiperaldosteronismo ocorre quando há produção excessiva do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais, causando retenção de sódio e água, perda de potássio e aumento da pressão arterial.
Reconhecer essa causa hormonal da hipertensão é importante, pois permite um tratamento direcionado, prevenindo complicações cardiovasculares e melhorando a qualidade de vida.
Continue lendo para entender melhor!
O que é o hiperaldosteronismo e qual é a função do hormônio aldosterona no organismo?
O hiperaldosteronismo é uma condição caracterizada pela produção excessiva do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais, que estão localizadas acima dos rins.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a aldosterona é fundamental na regulação do equilíbrio de sódio, potássio e água no organismo, controlando assim a pressão arterial e o volume sanguíneo.
Assim, quando há excesso desse hormônio, o corpo retém mais sódio e água e perde potássio, resultando em aumento da pressão arterial e alterações eletrolíticas.
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Como o excesso de aldosterona pode causar aumento da pressão arterial?
O excesso de aldosterona provoca aumento da pressão arterial por meio de dois mecanismos principais.
Esse hormônio atua nos rins promovendo a retenção de sódio e água, o que eleva o volume sanguíneo circulante e, consequentemente, a pressão arterial.
Além disso, a aldosterona favorece a eliminação de potássio na urina, levando à hipocalemia, que pode alterar a função vascular e cardíaca, contribuindo ainda mais para o aumento da pressão.
Quando essa produção hormonal está desregulada, como ocorre no hiperaldosteronismo, a hipertensão tende a ser resistente a tratamentos convencionais.
Quais são as principais causas do hiperaldosteronismo?
As principais causas do hiperaldosteronismo incluem:
- Adenoma adrenal produtor de aldosterona (Síndrome de Conn): um tumor benigno em uma das glândulas adrenais que produz excesso de aldosterona;
- Hiperplasia adrenal bilateral: crescimento aumentado das duas glândulas adrenais, levando à produção excessiva de aldosterona sem presença de tumor definido;
- Causas raras: incluem formas genéticas hereditárias, como a hiperaldosteronismo familiar do tipo I ou II, que afetam a regulação hormonal desde cedo.
Quais sintomas podem indicar que a hipertensão está relacionada a um desequilíbrio hormonal?
Entre os sinais que podem indicar que a hipertensão está relacionada a um desequilíbrio hormonal, destacamos:
- Hipertensão resistente a medicamentos: pressão arterial elevada mesmo com o uso de três ou mais medicamentos anti-hipertensivos em doses adequadas;
- Fraqueza muscular e cãibras: podem estar associadas à perda de potássio (hipocalemia) causada pelo excesso de aldosterona;
- Fadiga e cansaço inexplicável: resultantes do desequilíbrio eletrolítico e do aumento da pressão arterial;
- Sede intensa e aumento da frequência urinária: alterações na regulação de sódio e água pelo organismo;
- Arritmias ou palpitações cardíacas: consequência de alterações nos níveis de potássio e do excesso de pressão sobre o coração.
Como realizamos o diagnóstico do hiperaldosteronismo? Quais exames laboratoriais e de imagem são utilizados para identificar a causa do problema?
O diagnóstico do hiperaldosteronismo começa com a avaliação cuidadosa do paciente, especialmente aqueles com hipertensão resistente a medicamentos ou sintomas sugestivos, como fraqueza e cãibras.
Para investigar a causa hormonal da pressão alta, solicitamos exames laboratoriais que dosam os níveis de aldosterona e renina plasmática.
Eles permitem calcular a razão aldosterona/renina, um indicador essencial para identificar o hiperaldosteronismo.
Quando os resultados sugerem produção excessiva de aldosterona, realizamos testes confirmatórios, como a carga salina oral ou intravenosa, para avaliar se o corpo consegue suprimir a produção hormonal de forma adequada.
Paralelamente, solicitamos exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética das glândulas adrenais.

Assim, podemos localizar possíveis adenomas ou hiperplasia adrenal e determinar se o problema afeta uma ou ambas as glândulas.
Já em casos mais complexos, podemos recorrer à cateterização seletiva das veias adrenais, que nos ajuda a identificar exatamente qual glândula está produzindo o excesso de hormônio.
Quais são as opções de tratamento disponíveis? O tratamento sempre envolve medicação ou pode haver indicação cirúrgica?
O tratamento do hiperaldosteronismo depende diretamente do tipo da doença e da sua causa subjacente.
No hiperaldosteronismo primário, causado por um adenoma adrenal, por exemplo, a opção mais indicada frequentemente é a cirurgia para remoção do tumor.
Esse procedimento pode levar à normalização da pressão arterial e dos níveis de potássio na maioria dos casos.
Já no hiperaldosteronismo por hiperplasia adrenal bilateral, em que ambas as glândulas produzem excesso de aldosterona, o tratamento costuma ser medicamentoso.
Utilizamos medicamentos que bloqueiam os receptores da aldosterona, ajudando a controlar a pressão arterial e corrigir os desequilíbrios eletrolíticos.
Além disso, podemos recomendar medidas complementares, como ajuste de dieta com menor ingestão de sódio, e fazer acompanhamento contínuo de eletrólitos e pressão arterial.
Essas são medidas essenciais para otimizar os resultados do tratamento.
Por que é importante investigar causas hormonais da hipertensão?
Investigar causas hormonais da hipertensão é crucial porque nem toda pressão alta é apenas consequência do estilo de vida ou de fatores cardiovasculares tradicionais.
Condições como o hiperaldosteronismo podem ser responsáveis por hipertensão resistente a medicamentos e, se não forem identificadas, o paciente pode permanecer com pressão elevada, mesmo utilizando múltiplos anti-hipertensivos.
Além disso, o excesso de hormônios como a aldosterona pode causar alterações eletrolíticas, fraqueza muscular, arritmias e aumentar o risco de complicações cardíacas e renais.
Por isso, buscar um diagnóstico preciso vai além do controle dos sintomas, ele permite tratar a causa subjacente, normalizar os níveis hormonais, prevenir danos aos órgãos e reduzir os riscos a longo prazo.
Reforçamos que o acompanhamento da endocrinologista é essencial para avaliar corretamente os exames laboratoriais e de imagem, identificar a origem hormonal da hipertensão e definir o tratamento mais adequado para cada paciente.
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