O câncer de tireoide tem se tornado cada vez mais reconhecido devido ao avanço dos métodos diagnósticos e à maior atenção dada à saúde hormonal.
Embora o diagnóstico possa causar preocupação, trata-se de um tipo de câncer que, na maioria dos casos, apresenta altas taxas de cura e boa resposta ao tratamento.
Essa condição ocorre quando as células da glândula tireoide sofrem alterações e passam a se multiplicar de forma descontrolada, podendo formar nódulos ou se espalhar para outras regiões do corpo.
Por isso, identificar precocemente essas alterações e contar com o acompanhamento da endocrinologista é fundamental para garantir o tratamento mais adequado e alcançar os melhores resultados.
O que é o câncer de tireoide e como ele se desenvolve?
O câncer de tireoide é um tipo de tumor que se forma nas células da glândula tireoide, localizada na parte anterior do pescoço.
Essa glândula é responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo, o crescimento e o equilíbrio energético do corpo.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o desenvolvimento desse tipo de câncer ocorre quando há uma multiplicação anormal e descontrolada das células da tireoide, o que pode levar à formação de nódulos ou massas na região.
Embora ainda não se conheçam todas as causas exatas, fatores genéticos, exposição à radiação e algumas alterações hormonais podem aumentar o risco da doença.
Quais são os principais tipos de câncer de tireoide e como eles se diferenciam?
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o câncer de tireoide pode ser classificado em diferentes tipos, de acordo com as células afetadas e o comportamento do tumor.
Entenda melhor abaixo:
Carcinoma papilífero
É o tipo mais comum, representando cerca de 80% dos casos.
Costuma crescer lentamente e tem excelente prognóstico quando diagnosticado precocemente.
Pode se espalhar para os linfonodos do pescoço, mas, mesmo nesses casos, o tratamento geralmente é eficaz.
Carcinoma folicular
Representa aproximadamente 10% dos casos e é mais frequente em pessoas de meia-idade.
Costuma se espalhar por via sanguínea para órgãos como pulmões e ossos, mas também apresenta bom índice de cura quando tratado adequadamente.
Carcinoma medular
Corresponde a cerca de 3% a 5% dos casos e se origina nas células C da tireoide, responsáveis pela produção de calcitonina.
Pode ocorrer de forma esporádica ou estar associado a síndromes genéticas familiares, como a neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN2).
Carcinoma anaplásico
É o tipo mais raro e agressivo, representando menos de 2% dos casos.
Afeta geralmente pessoas idosas e cresce rapidamente, podendo comprometer estruturas vizinhas do pescoço e dificultar o tratamento.
Como realizamos o diagnóstico dessa condição e quais exames costumam ser solicitados?
O processo de diagnóstico começa com o exame físico do pescoço, em que avaliamos a presença de nódulos ou aumento da tireoide.
Em seguida, solicitamos o exame de ultrassonografia cervical para analisar as características do nódulo, como tamanho, forma, bordas e presença de microcalcificações, fatores que ajudam a estimar o risco de malignidade.
Quando o nódulo apresenta características suspeitas, indicamos também a punção aspirativa por agulha fina (PAAF).

A análise das células obtidas permite identificar se o nódulo é benigno, maligno ou indeterminado.
Além disso, podemos realizar exames laboratoriais para avaliar a função da tireoide, como dosagens de TSH, T3 e T4, além de dosagem de tireoglobulina e, em alguns casos, calcitonina, especialmente quando há suspeita de carcinoma medular.
Por fim, em situações mais complexas, a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada podem complementar a investigação, principalmente para avaliar a extensão da doença ou possíveis metástases.
Quais são as opções de tratamento mais utilizadas atualmente?
O tratamento do câncer de tireoide depende do tipo histológico, do tamanho do tumor e da extensão da doença.
A cirurgia é a principal forma de tratamento para a maioria dos casos, especialmente os carcinomas diferenciados (papilífero e folicular).
O procedimento mais comum é a tireoidectomia, quando fazemos a retirada total ou parcial da glândula tireoide.
Em tumores pequenos e bem localizados, podemos indicar apenas a hemitireoidectomia, ou seja, a remoção de um dos lobos da tireoide.
Após a cirurgia, muitos pacientes necessitam de terapia com iodo radioativo (I-131).
Nosso objetivo é eliminar possíveis células tireoidianas remanescentes e reduzir o risco de recidiva.
Também podemos complementar o tratamento com o uso de hormônio tireoidiano (levotiroxina) em doses ajustadas para manter os níveis de TSH suprimidos.
Isso ajuda a prevenir o crescimento de novas células cancerígenas.
Já em casos de tumores mais agressivos, como o carcinoma medular ou o anaplásico, podem ser necessárias terapias-alvo ou quimioterapia.
O câncer de tireoide tem cura? Quais fatores influenciam o prognóstico da doença?
Sim, o câncer de tireoide tem cura na maioria dos casos, especialmente quando diagnosticamos precocemente e tratamos de forma adequada.
O prognóstico é geralmente excelente para os tipos mais comuns, como o carcinoma papilífero e o folicular, que apresentam altas taxas de sobrevida, superiores a 90% após o tratamento.
Esses tumores costumam crescer lentamente e responder bem à cirurgia e ao acompanhamento clínico.
Além disso, pacientes mais jovens e com tumores menores tendem a ter melhor evolução.
Contudo, nos casos mais raros e agressivos, o tratamento pode ser mais desafiador e exigir uma abordagem multidisciplinar intensiva.
Portanto, diante de qualquer alteração na tireoide, como a presença de nódulos, variações hormonais ou sintomas persistentes, é essencial buscar avaliação médica especializada.
O acompanhamento com a endocrinologista permite identificar possíveis alterações, definir o melhor tratamento e garantir um acompanhamento individualizado durante todas as etapas do cuidado.
Em caso de dúvida, agende sua consulta com a Dra. Mariana Ataíde.
Cuide da sua saúde hormonal com atenção especializada!
